Page 89 - Da Terra
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No telhado, o compadre, desviou uma telhazinha e começou a gemer, a gemer…
-
A mulher começou a ouvir aquilo e começou a ficar assustada:
- O que é que eu estou a ouvir, o que é que eu estou a ouvir? - e então perguntou - Quem é que está aí?
- Sou eu mulher!
- És tu homem? És mesmo tu?
- Olha, fiquei a dever dinheiro ao meu compadre. Então, não te esqueças de lhe pagar!
- Oh homem, está bem. Descansa lá em paz que eu lhe pago.
O compadre ia para sair do telhado, quando a mulher o chamou:
- Mas, oh homem, já que estás aí, eu gostava de te ver! Tenho tantas saudades tuas! Fazes-me muita falta!
- Mas eu não posso… não posso… - dizia o compadre em voz meio cantada, qual alma penada.
- Oh homem, mostra só um bocadinho da cara…
O compadre não podia ser reconhecido ou o seu plano ia por água abaixo. Então, abriu a braguilha
e colocou o pinto no buraco da telha.
Ela, quando viu aquilo gritou:
AI VALHA-ME DEUS PARA TODO O SEMPRE,
LÁ NO OUTRO MUNDO MUITO CRESCE O NARIZ À GENTE.
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